O que é o Rito L.I.R.A.?
A sigla R.L.I.R.A.
Formada por 5 letras, esta sigla é uma formulação retórica preocupada em clarificar seu propósito iniciático, filosófico e devocional. Essas virtudes (iniciática, filosófica e devocional) são como se fossem câmaras ocultas que durante o caminho do(a) mago(a) são visitadas para a realização de todos os trabalhos na Arte Real.
A sigla, por tanto, significa:
Rito: trata-se de uma ritualística.
Luciferiano: trata-se de um culto.
Independente: trata-se da liberdade (não religião).
Retificado: trata-se do processo de criação dos fundamentos passados pelas Entidades e praticados pelos adeptos.
Aceito: trata-se das retificações terem sido aceitas e adotadas com lealdade pelas Entidades e adeptos.
Culto: um éco do ritual!
O Rito Lira surgiu de um longo processo gnóstico, que falaremos ao decorrer dessas linhas, mas para determinarmos o propósito essencial do Rito Lira, devemos considerar a seguinte máxima: para todo o culto existe um rito. Qualquer manifestação religiosa no mundo, antes de qualquer coisa, surgiu de um rito. Até mesmo o Demiurgo do Velho Testamento (Torah), deu seus primeiros passos no imaginário alegórico do ser humano, através de um rito.
Em suas primeiras aparições ao patriarca Abraham (nominando-se de El Shadai), ele ordena sacrifícios. E esse hábito se estende por toda a bíblia, até chegar no "sacrifício" de Yeshu (Jesus). Pois bem, e porque estamos falando de sacrifícios? Falamos disso para entendermos a nascente da ritualística, pois para todo o sacrifício existe um ritual. Sem um ritual, o sacrifício se torna apenas assassinato. É o que acontece nos frigoríficos ordinários (comuns), onde os animais são geralmente confinados em situações precárias e abatidos para satisfazer o prazer da "família de bem". Já quando falamos de ritual, falamos de um direcionamento do abate. Este direcionamento, seja abatendo um animal de forma halal/kasher, seja abatendo o animal em um barracão/terreiro/casa, é o grande fundamento da ritualística.
Se até mesmo os leões quando caçam costumam lamber suas presas ainda vivas, como se fossem seus filhotes, por que o ser humano não desenvolveria algum costume junto à caça? O ser humano se diferenciou dos outros animais quando ele uniu o ritual (que os animais também realizam) com o culto (coisa que os animais não manifestam segundo a percepção humana). Quando o ser humano ritualiza a morte (funeral, caça), ele manifesta um culto! O culto surge como um éco do ritual e assim ele (o ritual) o justifica.
O Rito Lira visa o direcionamento de um ritual a um culto, e deste culto, tal rito busca o desenvolvimento intelectual, espiritual e físico do praticante. Se todas as religiões tem um rito e um culto, nem todo rito, e nem todo culto buscam se tornar uma religião. O termo religião significa religar, reconectar. Mas para o ritualista, ou seja, para o ser humano em sua natureza tribal, ele não busca uma reconexão. Se reconectar significa que ouve uma ruptura. Para nós da Linha da Esquerda, a única ruptura que existiu foi a do ser humano para consigo mesmo, para com sua natureza.
Voltando ao Rito Lira. A sua criação foi feita segundo uma egrégora já existente, chamada de Reino da Lira. Esta egrégora que acolhe tanto este médium que vos escreve, quanto as Entidades que o acompanham, fornece todo o tipo de infraestrutura ocultista para a prática da Alta e da Baixa Magia.
Rito Lira trabalha na Alta e na Baixa Magia, ou seja, na Kimbanda e no Luciferianismo. Distinguimos dessa maneira essas duas vertentes magísticas, pois não somos adeptos do termo "kimbanda luciferiana". Acreditamos que a Kimbanda tem seu terreno de atuação bem específico, que definimos como sendo o da feitiçaria (Baixa Magia). Já o Luciferianismo tem uma atuação maior na bruxaria (Alta Magia). Dessa forma, nosso conceito de feitiçaria acaba sendo definido como uma atuação magística no terreno do material, do físico. Em outras palavras, quando largamos um padê para Exu, estamos realizando um feitiço (algo que inicia no material e se propaga no espiritual). Por outro lado, quando não usamos quase nenhum elemento, e nos servimos basicamente do poder da palavra, do pensamento e do sentimento, estamos realizando uma bruxaria.
Ambas as modalidades se completam, mas não é por isso que iremos dizer que são a mesma coisa (pois não o são). O feitiço para funcionar necessita de elementos, de um ritual bastante focado no material. Já a bruxaria pode ser feita até mesmo sem velas, apenas com a palavra. E quando observamos essas diferenças, percebemos que em ambas iremos encontrar um pouco da outra, pois para fazer uma boa feitiçaria, deve existir o poder da palavra, e para uma boa bruxaria, deve-se ter a mente foca como se estivesse em um ritual pleno de elementos magísticos.
Por tanto, o Rito Lira cultiva uma ritualística dirigida a um culto luciferiano. Seu ritual é composto de fundamentos daquilo que chamamos de kimbanda da lira (Baixa Magia/feitiçaria). Mas por ser um rito que cultua Lucifer, o Rito Lira também atua na Alta Magia, onde desenvolve trabalhos sutis de bruxaria demoníaca. No meio disso tudo se encontra a Magia, ou melhor dizendo, o(a) Mago(a), que é o médium que coloca em movimento tanto a feitiçaria, quanto a bruxaria.
Rito Luciferiano Independente, Retificado e Aceito é uma rito iniciático de Alta e Baixa Magia, que atua na Linha da Esquerda, praticando aquilo que chamam de Magia Negra.
Em nosso canal temos um vídeo que explica detalhadamente as diferenças entre Linha da Esquerda e Linha da Direita, Magia Negra e Magia Branca, dê uma olhada: